No contexto de transformações sociais, tecnológicas e ambientais cada vez mais aceleradas, o Governo da Bahia deu um passo estratégico ao lançar o processo de atualização do Plano de Desenvolvimento Integrado – Bahia 2050.
Mais do que uma projeção temporal estendida, o Bahia 2050 é uma iniciativa que pode contribuir para a institucionalização do M&A como parte da cultura de gestão pública no Estado. O planejamento de longo prazo precisa da avaliação, e o novo ciclo estratégico da Bahia aponta nessa direção.
O M&A é uma dimensão essencial do ciclo de políticas públicas. Não se trata apenas de aferir resultados ao final de uma política ou programa, mas de acompanhar o percurso, identificar desvios, revisar estratégias e gerar aprendizado institucional. No caso de um plano com horizonte até 2050, o vínculo com o campo de M&A torna-se ainda mais necessário por três razões principais:
Iniciativas de longo prazo exigem mecanismos de correção de rota.
A complexidade e abrangência dos desafios impõem avaliações sistêmicas e intersetoriais.
O uso de evidências se torna condição para garantir legitimidade, eficiência e impacto.
O anfitrião do evento, o secretário Cláudio Peixoto reforçou o papel de dados, diagnósticos e análises prospectivas como fundamentos do novo plano. O uso de consulta pública online e a escuta de múltiplos atores (universidades, sociedade civil, setor produtivo) reforçam a ideia de que avaliação não é apenas técnica, mas também política e democrática.
“A atualização do PDI se justifica pelas profundas transformações que marcam o nosso tempo. Estamos diante de emergências climáticas cada vez mais graves, do avanço acelerado das tecnologias, da transição demográfica e de um cenário geopolítico instável. Esses fatores impõem novos desafios ao Estado, exigindo um planejamento mais dinâmico, participativo e orientado por evidências”, explicou.
O evento contou com a participação do economista Jackson De Toni, diretor da RBMA e técnico da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI). Ele citou o pensador chileno Carlos Matus, que via o pensamento determinista como uma “prisão cognitiva” herdada da economia neoclássica. Para ele, essa forma de pensar limita a capacidade de governos e sociedade lidarem com as incertezas do presente e as possibilidades do futuro.
“Não existe receita de bolo. Precisamos aprender com a experiência, com os erros, com múltiplas fontes teóricas — e, sobretudo, saber construir consensos na sociedade”, explica.
De Toni reforçou que planejamento não é neutralidade técnica. É também uma disputa de visões de mundo, de prioridades sociais e de futuros possíveis. A avaliação, nesse cenário, deve ser entendida não como instrumento de controle, mas como um contínuo instrumento crítico, reflexivo e adaptativo de aprendizagem e transformação.
Acesse o PDI: https://lnkd.in/esdcnxNS